quarta-feira, 11 de abril de 2012

Cortar ou costurar, eis a questão.


Coçar o saco é para os fracos.

“A despeito de tanto mestrado
Ganha menos que o namorado
E não entende porque
Tem talento de equilibrista
Ela é muita se você quer saber
Hoje aos 30 é melhor que aos 18
Nem Balzac poderia prever
Depois do lar, do trabalho e dos filhos
Ainda vai pra nigth ferver” (Pitty,
Desconstruindo Amélia)

E assim é a realidade da mulherada ao meu redor, ainda consequência de uma sociedade machista, vivemos as diferenças de sermos mulheres. Ouvir uma conhecida reclamar da rotina de casa, do trabalho e dos filhos é uma tormenta. Em pleno século XXI onde as mulheres já provaram por A+B que são capazes, onde estão em produção tanto quanto os homens, e por isso passam tanto tempo fora de casa quanto eles, é inadmissível pensar que ainda sofram sozinhas com as demandas do lar, como se isso fosse tarefa somente delas.
Ouço muitos homens dizerem que não nasceram para tal função: não sei lidar com isso, não fui criado para tal. Sem dúvida nenhuma meu caro, fostes criado para coçar o saco, tomar posse do controle, reclamar da demora do jantar, da camisa que não ficou bem passada e achar que está fazendo o máximo em levar as crianças para o colégio e quem sabe varrer o quintal nos fins de semana. Mas os tempos mudaram, acordem!
O que mais me intriga nessa história é o fato de não se sentirem mesmo responsáveis, os que hoje agem diferente se consideram “gente boa” com elas. Não repartem a responsabilidade, apenas colaboram com as funções, delas.
E na vida profissional não é nada diferente, ganhar menos que eles em um mesmo cargo ainda é fato. Deveria ser motivo de vergonha, é como se assinássemos, todos nós, um atestado de “eu vivo sim numa sociedade machista e hipócrita”. Simplesmente não dá para entender.
O engraçado é que fazemos tudo isso e ainda queremos sair, dançar, conversar, socializar. Eles querem colocar o shortinho de estimação e ver TV até não aguentarem mais, no máximo uma cervejinha, com os amigos é claro.
Portanto meus amigos somos mulherzinhas sim, complicadinhas às vezes, mas não viemos ao mundo a passeio, precisamos matar um leão por dia para provarmos que somos capazes. Sendo assim, não temos tempo a perder, coçar o saco é para os fracos.
Por Ms. XX


Vamos costurar o sutiã

Se eu não me engano, acho que foi na década de 60 ou 70 que as mulheres aproveitaram o Movimento Hippie "Faça amor, não faça guerra" e rasgaram os sutiãs, aliás, queimaram, para pedir mais igualdade entre os sexos.  Numa época efervescente, a onda do feminismo tomou conta da cabeça das XX, a partir daí o mundo não seria mais o mesmo, pois a guerra contra a posição de subordinada, nas relações amorosas e domésticas estava travada.
Não demorou muito e vieram às conquistas, como o direito ao trabalho e lógico à sacanagem, com o advento da pílula anticoncepcional, pois como dizia Betty Friedan, autora de A Mística Feminina (1963), "nenhuma mulher consegue um orgasmo ao encerar o chão da cozinha".
A feminista americana poderia até estar certa, mas a mulher lutou muito pelo direito de urinar de pé, falar palavrão na hora do sexo e coçar a virilha na intenção de achar o saco, para agora reclamar, reclamar, reclamar e chorar. E não somente reclamar, pois o que era um ser feminino cheio de tensão e amor se tornou uma pessoa conservadora, bitola em trabalho e disposta a atormentar o parceiro.
A mulher procurou tanto o direito igualitário, que a reivindicação se revelou ilusória, ela própria não soube lidar com o caminho livre, se viu perdida nas tarefas domésticas e profissionais. “Meu marido não ajuda em casa”, parece o desabafo de uma esposa da década de 50, fraca e sem sustentação.
Hoje, existem famílias onde a mulher é o chefe da casa, muitos papeis se inverteram, mas o discurso mulherzinha continua o mesmo. Não são os XY que falam que somos diferentes, a própria ciência moderna recheia diferenças incontornáveis entre homens e mulheres. Portanto, talvez o ser feminino deva começar uma nova era, aprender a lidar com as desigualdades entre os sexos e busque o direito à diferença. Porque os XY já descobriram isso, nem todo ser masculino nasceu para arrumar a cama ao acordar ou levantar a tampa do vaso ao urinar.

O homem não quer a figura feminina de avental e com bobs nos cabelos, no meio da cozinha, envolta de comida, fogão e outros utensílios domésticos. Talvez busquem apenas o cotidiano.

“Seis da tarde, como era de se esperar
Ela pega e me espera no portão
Diz que está muito louca prá beijar
E me beija com a boca de paixão” (Cotidiano, Chico Buarque).

Por Mr. XY

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

De saco e sem neuras.

Dê-me um saco.

É impressionante como sempre esperamos do “outro”, e o “outro” quase sempre é um homem, algo que eles não podem nos oferecer, o pior é quando nos frustramos por isso. Não sei quem é mais insensível na história, o homem por não perceber o que sua companheira tanto deseja, ou se a mulher, por não cair à ficha que seu homem não perceberá, nunca.
Queria ter um saco para enfiar nele todo desgosto que sinto quando acho que apenas um gesto ou uma simples palavrinha poderiam nos alegrar, quando gritamos ou imploramos, quase em silêncio, por isso, que por pura carência talvez, aquilo fará uma diferença grotesca em nossas vidas. Olha que não me considero uma “mulherzinha”, daquelas chatinhas que sempre querem uma gracinha, uma florzinha, um jantarzinho, dependentes uma vida toda. Costumo dizer que sou quase um homem, gosto de cerveja, sexo, truco, futebol, sou bem humorada e falo palavrão.
Mas o “quase” ainda nos diferencia em muitas coisas, e uma delas é a delicadeza e a sensibilidade inerentes a nós mulheres. Somos assim, e não custa tentar entender só um pouquinho. Ou nos enfiem um saco, para então ficarmos totalmente homens, e aí não perturbamos mais ninguém com nossos “choramingos”, pois assim eles falam: lá vem aquela mulher choramingar em minha cabeça.
Dê-me um saco e paro, eu juro que paro de pedir um pouquinho de gentileza e uma bobagenzinha dita sem muito compromisso, apenas para agradar mesmo e tacar-me um largo sorriso no rosto.
Com um belo saco, eu juro, não reclamo mais quando forem rápidos e rasteiros ao telefone, como se fizessem um favor enorme em nos atender, e prometo não mais querer ouvir, de vez em quando, que você gosta de mim, que sou especial. O gostar nos deixa inseguras e nos tira todas as certezas, portanto nem é nossa culpa querer ouvir.
Dê-me um saco, e mudo todas essas chaturinhas e me torno alguma coisa melhor que isso. Pois com um saco não poderei ser mais eu, MULHER e sinceramente não sei o que te atrairia em mim, mas, por favor, me dê um saco.

Por Ms. XX 


Neurótica de Peito
 
Mulher espera demais, espera tanta coisa que quando acorda para a vida é um ser feminino cheio de neuras e frustrações. Não estou dizendo que todas serão quarentonas mal amadas, pois conheço muita mulher madura, capaz de se comportar como menina e ainda ser uma linda dama de 40 anos.
Ah! Mas existem aquelas que esperam o homem perfeito, o que vai abrir a porta do carro, puxar a cadeira, trocar o futebol pela visita a casa da sogra ou por qualquer outro programa pitoresco e enfadonho. Tudo bem, não é para tanto, tudo que elas desejam é um XY sensível que saiba decifrar o que desejam. Ok! Vai aqui um “adendo”, descobrir o que se passa na cabeça da XX, para depois poder chegar ao desejo, “ufa, cansei”! 
Ou não, talvez a busca não seja pelo cara perfeito, ou o milagreiro que acerte os desejos da mulher amada. A procura em muitos casos é pelo cara que vai dizer as palavras certas, ele ainda será sensível, mas também machão com pegada forte, pode ser romântico e às vezes “ogro”, mas tem que dizer as palavrinhas mágicas, tem que adivinhar que “elas” sempre esperam algo mais, pois o trivial não é bom e o excesso não convence.   
Agora, neste momento, você esta se perguntando: Qual é a bendita palavra ou palavras mágicas? Confesso não sei, senão viraria um livro que venderia mais que a bíblia. Mas certamente, educação, respeito, companheirismo e mais uma lista enorme de qualidades, não levará o senhor para o céu das mulheres, pois a frustração estará no ar como fumaça tóxica.  E quando você menos espera a mulher chora e não sabe porquê, torna-se uma neurótica que só enche o “saco”, e o homem se sente culpado, também sem saber o porquê. Portanto, me faça um favor, deixe o peito e tire a “neura”, pois sem peito minha amiga, pouca coisa me atrairia em você. 

Observação: não usei bunda para não parecer cafajeste. Com isso, o Eles Trucam...Elas Retrucam está de volta, depois de um tempo de......eu iria falar de reflexão sobre o sexo oposto, mas seria mentira.  

Por Mr. XY